sábado, 11 de agosto de 2012

Releitura da carta de Pero Vaz de Caminha (atualizada)


Faço como os demais capitães das outras embarcações que relataram a descoberta de uma Terra Nova, tentando ser fiel a tudo o que presenciei.
Partimos de Belém na Segunda-feira, 9 de março. Já no dia 14, estávamos nas Canárias e a margeamos durante todo o dia. No dia 22 pudemos ver a ilha de S. Nicolau. No dia seguinte o barco de Vasco Ataíde se perdeu sem motivo aparente, o capitão se esforçou para encontrá-lo, mas não achamos.
Seguimos nosso caminho e lá pelo dia 21 de abril, umas 660 léguas a frente, percebemos sinais de terra. Vimos um grande monte redondo, que o capitão nomeou de Monte Pascoal e, ao restante das terras de Terra de Vera Cruz.
Ficamos a uma distância segura da praia e aguardamos o amanhecer para fazer um reconhecimento. Avistamos alguns homens andando na praia, de sete a oito. Baixamos os botes para chegar à praia.
Quando chegamos à praia, já haviam quase 20 homens, eles tinham a pele mais escura e andavam pelados, carregavam com eles arcos e flechas. Trocamos presentes. Ao verem o colar do capitão, apontavam para o colar e para a terra, o que nos fez entender que na região havia ouro e prata.
Levamos alguns deles à embarcação e seguimos em frente. Em um nova parada encontramos muito mais homens na praia, apesar do receio de todos, o encontro foi amigável.
Depois que ganhamos a confiança do nativos, trouxemos nossas bandeiras e os sacerdotes, onde passaram o dia comungando. A partir desse momento resolvemos investigar a região e percebemos o quão vasta e próspera era essa terra.
Talvez minhas palavras não definam o que realmente presenciei, mas tentei fazê-lo da melhor forma possível.
Deste Porto Seguro, Ilha de Vera Cruz, hoje, sexta-feira, primeiro dia de maio de 1500.

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